terça-feira, 18 de janeiro de 2011

V de vingança


Sobre a Obra

V de Vingança foi publicado originalmente entre 1982 e 1983 em preto e branco pela editora britânica Warrior, mas não chegou a ser finalizado. Em 1988, incentivados pela DC Comics, Allan Moore e David Lloyd retomaram a série e a concluíram com uma edição colorida. A série completa foi republicada nos EUA pelo selo Vertigo da DC e no Reino Unido pela Titan Books. No Brasil, foi publicada em 1989 em cinco edições em cores pela editora Globo e mais tarde pela Via Lettera, em dois volumes em preto e branco; em 2006 teve uma edição especial pela Panini, em volume único, colorido e com material extra.

[editar]Enredo

O enredo é situado num passado futurista (uma espécie de passado alternativo), numa realidade em que um partido de cunho Totalitário ascende ao poder após uma guerra nuclear. A semelhança com o regime Fascista é inevitável devido ao fato do governo ter o controle sobre a mídia, a existência de uma polícia secretacampos de concentração para minorias raciais e sexuais, muito perto do que pensou Hannah Arendt no seu livro "Origens do totalitarismo" de 1951. Existe também um sistema de monitoramento feito por câmeras nos moldes de "1984", de George Orwell, escrito em 1948. (Na época, o CCTV ainda não existia tal como o é hoje na Inglaterra quando a obra foi escrita).
história em quadrinho foi escrita num momento histórico no qual a Inglaterra estava implementando o sistema Capitalista Neoliberal com a primeira ministra Margaret Thatcher. Ao mesmo tempo o "Socialismo Real" da extinta U.R.S.S. (atualRússia), estava em total descrédito devido aos horrores do Stalinismo.
"V" (codinome do protagonista) tem uma postura Anarquista.
Nesta obra, como definiu tanto Enrico Malatesta no seu livro "Escritos revolucionários" e outros Anarquistas, como Mikhail BakuninPierre Joseph ProudhonMax StirnerEmma GoldmanPiotr Kropotkin e Henry David Thoreau, o Estado é visto como limitador da Liberdade, sendo assim Totalitário.

[editar]História

A história começa após o fim do conflito político, com os campos de concentração desativados e a população complacente com a situação, até que surge "V" — um Anarquista que veste uma máscara estilizada de Guy Fawkes e é possuidor de uma vasta gama de habilidades e recursos. Ele então inicia uma elaborada e teatral campanha para derrubar o Estado.
No processo, conhece Evey, garota que perdeu os pais durante a guerra. Evey é tratada por V como aprendiz, sempre sendo apresentada à resquícios de uma cultura perdida por causa da guerra.

[editar]Curiosidades

O enredo mostra a ascensão, o auge e a queda de um regime totalitário futurista firmado na Inglaterra.
  • Nas histórias em quadrinhos, o nome do ditador deste regime é "Adam James Susan". Na versão cinematográfica ele foi renomeado para "Adam Sutler", que em muito se parece com o de Adolf Hitler;
  • No enredo, a bandeira do partido que sustentava o regime totalitário possuía um símbolo com formas geométricas e ângulos retos, tal qual a suástica nazista. Além disto, a bandeira era de cores preta e vermelha, uma inversão das cores utilizadas pelo Partido Nacional Socialista Alemão (Partido Nazista);
  • A história do ditador Sutler é quase igual a de Adolf Hitler, em especial no que tange a sua ascensão junto ao partido e ao governo;
  • Após o Tratado de Versalhes, o regime nazista atribuía a culpa dos problemas da Alemanha aos judeus. Além dos judeus, inciaram perseguição aos negros, aos ciganos, aos homossexuais e aos deficientes físicos. O regime fictício do enredo atribuía a culpa pelo atentado ocorrido no metrô e na escola aos muçulmanos. Posteriormente, fomentou também a perseguição contra homossexuais.
  • No enredo, o regime de Sutler cria campos de concentração tais quais os da Alemanha nazista;
  • Existe no enredo uma polícia secreta, chamada em português de Dedos (inglês: fingers). No regime nazista havia também uma polícia secreta, a Gestapo;
  • Há uma forte crítica ao clero no enredo, mostrando escândalos de pedofiliaassassinatos, e busca pelo poder. Além do mais, no enredo, há um acobertamento por parte do clero (provavelmente anglicano) às experiências feitas em seres humanos.


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